Participação social e democracia no Brasil




Participar das discussões políticas que acontecem não significa ser um militante partidário. A vida eleitoral exige sim uma vinculação partidária, pois os partidos políticos deveriam ser a conexão entre o que pensa uma parcela da população e os representantes eletivos, ou seja, vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidente.

Se a estratégia de participação for ocupar as cadeiras do Poder Legislativo, ou chefiar o Poder Executivo será inevitável a filiação partidária, pois isto é obirgatório no processo eleitoral.

Entretanto, para defender causas e bandeiras existem inúmeras formas diferentes da via partidária. A Constituição Federal de 1988 foi elaborada em meio a grandes movimentos populares que buscavam garantir a participação social. Neste aspecto, cabe destacar o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem entre os seus princípios a participação popular, uma ideia que toma forma nos conselhos de saúde e nas conferências de saúde. Os conselhos são instâncias deliberativas que vão fiscalizar as ações relacionadas a área da saúde e propor estratégias de atuação para a saúde pública. Já as conferências ocorrem a cada quatro anos e vai ter como pauta a avaliação da situação da saúde e a discussão de diretrizes.

Este modelo de participação foi replicado para diversas outras areas, como educação e cultura, por exemplo. Este modo de participação por área de políticas públicas foi a maneira como a participação foi institucionalizada no Brasil. 

Outra experiência de participação é o orçamento participativo. O processo de elaboração do orçamento tem origem no Poder Executivo, que propõe um projeto de lei a ser debatido no Poder Legislativo para então ser transformado na Lei Orçamentária Anual (LOA). Assim, durante sua formulação no Poder Executivo são realizadas assembleias para que a população possa indicar como este Poder deve alocar seu orçamento destinado a investimentos (construções de escolas, reforma de hospitais, pavimentação de ruas, etc). Já no Poder Legislativo,  durante a discussão do projeto de lei, são realizadas audiências públicas com a mesma finalidade.

Existem ainda algumas outras formas de participação, por exemplo o projeto de lei de iniciativa popular, o plebiscito e o referendo, que estão intimamente ligadas a inciativas legislativas que podem ser iniciadas com a legitimidade popular, ou passar pelo crivo do povo após a sua formulação.

Ainda que haja aspectos a serem aprimorados ao longo deste processo participativo, fica evidente que, nós cidadãos, podemos vivenciar de diferentes formas a democracia que desfrutamos, ainda que não tenhamos interesse em política partidária. A participação é direito garantido pela lei; a democracia é mais que o exercício do voto; e a gente aprender a participar, participando.

3 comentários:

  1. Onde são realizadas essas assembleias? e existe algum lugar onde eu possa descobrir quando são realizadas?

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    1. Di, não existe previsão legal que determine local e forma de divulgação destas assembleias e audiências públicas. Em geral as prefeituras divulgam estas informações em seus sites eletrônicos, redes sociais, mural de aviso da sede do Poder Legislativo ou Executivo. Aqui na cidade de São Paulo, por exemplo, o site é: http://participemais.prefeitura.sp.gov.br/

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