Ordem e progresso. AI-5 neles?
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista coletiva em Washington nos Estados Unidos da América (país preferido do presidente Bolsonaro), afirmou que se protestos populares tomassem as ruas brasileiras, tal como ocorrem em outros países da América Latina, como Colômbia, Chile e Bolívia, a resposta do governo poderia ser a instituição de um "novo AI-5". A afirmação do ministro é uma resposta aos discursos do ex-presidente Lula, que incitou cidadãos a tomarem as ruas para criticar o atual governo.
A fala de Guedes é tão anti-democrática quanto o suposto desejo do ex-presidente de "tomar o poder a força".
Manifestação do povo é o coração da democracia. O próprio governo Bolsonaro convocou manifestções popualres em favor de Sergio Moro e defesa de pautas do governo. Ora, manifestações a favor são permitidas, críticas não? O meu entendimento sobre um estado democrático é diferente do de Paulo Guedes.
Cabe lembrar que o Ato Institucional número 5 permitiu ao Poder Executivo, entre outras coisas, fechar o Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, suspensão de Habeas Corpus e cassar mandados de deputados federais, estaduais, senadores e vereadores.
Ou seja, nada é mais autoritário que um ato como este, sendo, então, INDEFENSÁVEL num ambiente democrático.
Lula pode discursar e convocar manifestações.
Bolsonaro pode discursar e convocar manifestações.
Alckimin pode discursar e convocar manifestações.
Você pode discursar e convocar manifestações.
Eu posso discursar e convocar manifestações.
Ideologicamente, não concordo com este governo, mas tenho o dever cívico de respeitar a vontade popular ao elege-lo. Entretanto posso e vou questionar todos os pontos que me parecem descabidos como este.
A Democracia é uma conquista de todos os brasileiros, em especial, daqueles que em defesa dela lutaram.
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