Haddad ou Bolsonaro? Nenhum dos dois.




O brasileiro clama por mudança.

Mas qual mudança?

Bolsonaro representa, para cerca de 30% dos eleitores, uma mudança ética e moral, pregando o combate a corrupção e o fortalecimento do patriotismo.

Haddad representa, para cerca de 20% dos eleitores, uma mudança que remeteria aos anos áureos do governo Lula, com estabilidade econômica e políticas sociais voltadas aos mais carentes.

Pois bem, vamos analisar aqui dois aspectos:

1) Quem quer a mudança ética e moral apresentada por Jair Bolsonaro, e quem quer o projeto "pra ser feliz de novo" 

De acordo com pesquisa do Datafolha (aqui):

           Jair Bolsonaro

  • 21% das eleitoras votariam em Bolsonaro.
  • Bolsonaro tem entre 26% e 34% quando analisamos a distribuição por faixa etária.
  • Dos eleitores que tem apenas o nível fundamental, 18% votariam em Bolsonaro; 32% dos que tem ensino médio, e 37% dos que tem nível superior.
  • No que tange a renda, Bolsonaro tem 18% dos votos das pessoas que recebem até 2 salários mínimos, 34% dos que recebem entre 2 e 5 salários, 44% e 42% dos que recebem entre 5 e 10, e mais que 10 salários respectivamente.
  • 46% dos eleitores não votariam de jeito algum em Bolsonaro.
           Fernando Haddad




  • 22% das eleitoras votariam em Haddad.
  • Haddad tem entre 20% e 35% quando analisamos a distribuição por faixa etária.
  • Dos eleitores que tem apenas o nível fundamental, 27% votariam em Haddad; 21% dos que tem ensino médio, e 17% dos que tem nível superior.
  • No que tange a renda, Haddad tem 28% dos votos das pessoas que recebem até 2 salários mínimos, 19% dos que recebem entre 2 e 5 salários, 16% e 13% dos que recebem entre 5 e 10, e mais que 10 salários respectivamente.
  • 33% dos eleitores não votariam de jeito algum em Haddad.
Assim, as diferenças entre o eleitor de Bolsonaro e de Haddad são, basicamente, renda e escolaridade. Enquanto Haddad tem 10 pontos percentuais de vantagem entre os mais pobres, Bolsonaro tem 29% a mais entre os mais ricos. Quanto a escolaridade, Haddad tem 9% de vantagem entre os que tem ensino fundamental, e Bolsonaro tem 10% de vantagem entre os que tem nível superior.

O comportamento do eleitorado se assemelha ao que vimos em 2014 no segundo turno entre Dilma Roussef (PT) e Aécio Neves (PSDB), ressalvado que a comparação é dificultada pois, em 2018 ainda estamos no primeiro turno, assim, o voto é pulverizado entre os demais candidatos, não apenas em Bolsonaro e Haddad.


2) Como interpretar esse desejo de mudança?

Aécio Neves era o próximo presidente da República. Era apenas uma questão de tempo. O PT ruía face às infinitas denúncias de corrupção. Denúncias, delações, investigações e por fim prisões.

Aécio Neves, que perdeu as eleições por menos de 2% dos votos, assistia às manifestações pró-impeachment. O Impeachment aconteceu e a Lava-Jato continuou.

E o sistema político foi vendo seus comandantes caírem um a um: Lula, Eduardo Cunha, Gedel Vieira Lima, Sergio Cabral, e, ele: Aécio Neves. Pego em um grampo (ilegal, diga-se de passagem) em investigação contra os donos da JBS Friboi.

Temer e Aécio, foram flagrados. Temer gastou todo seu capital político para evitar, por hora, investigações criminais contra o Presidente da República, ele próprio. Aécio viu familiares serem presos, perdeu a presidência de seu partido, e abriu mão de concorrer ao Senado em Minas Gerais, é candidato à Deputado Federal.

Político é tudo farinha do mesmo saco. Ouvi isso ao longo de todo minha (ainda curta) vida.

Pois é, a história recente infelizmente mostra exatamente isso para a população. Político é ladrão. Aécio é ladrão, Lula é ladrão, Sergio Cabral é ladrão. É assim que a mídia conta a história. E é assim que os eleitores repassam a seus filhos.

Ninguém quer saber quantas pessoas foram alfabetizadas, curadas, saíram da pobreza.

E, entre nós, em tempo de crise, quando estou desempregado, sem oportunidades, comendo o pão que o diabo amassou, ver pela TV políticos e suas regalias me infla de ódio.

Aqui é a bifurcação do caminho:

O capitão do exército, patriota, pois. E, como o primeiro raio de sol pela manhã, volta a esperança a brilhar no coração de alguns, de que este é o cara certo para acabar com essas "quadrilhas".

O ex-ministro do ProUni é a esperança de arrancar essas pragas e retornar para um tempo em que meu salário é mais que suficiente para comprar uma caixa de cerveja, havia estabilidade e o Brasil era feliz.

Temos apenas estas duas opções? Graças a Deus, não. Quero um político que não se autorotule como salvador da pátria, mas sim quem trará unidade ao nosso país, todos juntos pelo Brasil, pelo caminho do companheirismo e do amor, e não do ódio e do terror





Credito da charge: Paixão via Gazeta do Povo.

5 comentários:

  1. O melhor post que você já fez, sério! Uma análise muito consciente e totalmente real.

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    1. Muito bom,nessa reta final das eleições,ler uma análise seria e sem partidarismo.parabéns...

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  2. O cenário é de total instabilidade política,acredito que seja uma das campanhas mais dramáticas e sem expectativas, alguns acreditam no messias, pois Bolsonaro propõe a formação de um governo formado por ministros que tenham alto nível de formação e capacidade técnica para gerir suas pastas, no entanto Hadad na outra ponta do iceberg, julga ser o representante legal de Lula no cenário da dúvida, no entanto o que podemos ver é um cenário de divisão, onde vejo um Brasil com muitas cabeças e poucas ideologias, talvez o futuro tenha mais luz que trevas, assim espero, pois meu país vale muito e não podemos dividi-lo, que o próximo presidente seja capaz de engrenar a máquina do progresso e fazer um Brasil para todos, onde todos possam sonhar e realizar seis sonhos. Brasil é para todos nós.

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  3. Nossa! Que texto maravilhosos! Quanta sabedoria nos relatos. Estou encantada. Voce tem um dom especial pra observar e escrever. Parabéns.

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    1. Agradeço o comentário, fico lisonjeado. Gosto muito de me expressar de maneira simples, onde as pessoas possam ler e se sentirem a vontade, sinta-se à vontade e mais uma vez agradeço.

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